terça-feira, 29 de dezembro de 2009

UNIÃO FE: REFLEXÃO

Prestes a completar mais um aniversário (81 anos a 31 de Dezembro) apresentamos hoje uma reflexão daquilo que é o União FE actual ou se preferirem um resumo do ano que agora termina.

Foi no final de 1928 que um grupo de 11 jovens, todos empregados de escritório, se uniram em volta daquilo que queriam que fosse o seu ideal. E foi ali, no Campo da Pinheira, quando ainda era preciso ceifar o mato e acarretar com as balizas pelas costas, que o União veio a ter o seu primeiro campo de jogos. O União FE pode orgulhar-se de ter sido o introdutor do desporto feminino no Entroncamento.

No final do texto, apresentado em cima, podemos ler: “Actualmente o clube pouco vive. Nota-se a falta do entusiasmo das outras eras, como que não havendo crença naquilo que se poderá fazer… E é pena! O passado decerto que vale um esforço, pequeno que seja ele, do presente!
O texto referido foi publicado no jornal “O Entroncamento” em Dezembro de 1955, em referência ao 27º aniversário do nosso clube, mas poderia ter sido publicado num qualquer jornal nos dias de hoje.

Na minha opinião (e que pode não ser a de uma maioria de Unionistas) o clube que passou ao longo desta longa história por muitos momentos de glória mas outros também de menor fulgor, vive nos dias de hoje numa curva descendente. Se não vejamos, a vertente cultural do clube desapareceu quase por completo, era normal há uns anos falar-se de um baile de Passagem de Ano, de uma Gala de Melodias que fizeram Sucesso ou de um concurso de Vestidos de Chita. Nos dias de hoje nada disto se faz (à excepção da Tasquinha nas Festa da Cidade) e o desporto constitui a única vertente do clube. Vertente esta que vive um pouco “ao sabor dos acontecimentos” sem um projecto com principio, meio e fim. A saída de jogadores formados nas escolas unionistas, em divergência com o clube, para outros clubes das redondezas tornou-se prática habitual. Dando apenas alguns exemplos no último ano saíram do clube vários atletas formados no União FE como são os casos do Daniel Noronha, Pedro Brazete, Eduardo Fernandes, o não ingresso do Eliseu Raimundo e do Marco Bento que já tinham tudo certo para esta época e ainda, no ano anterior, a saída do Fernando Vaz, um dos únicos treinadores da formação despedidos durante o decorrer da época, com formação hoquista no União FE.
Além disto os resultados desportivos, no que ao hóquei diz respeito, não são os melhores como podemos ler numa notícia de Janeiro deste ano no UFE Hóquei :
“Num fim-de-semana em que o UFE averbou 4 derrotas nos 4 jogos realizados. Marcou 7 golos e sofreu 56 temos que concluir que algo não vai bem no reino do União. Treinadores, Dirigentes. Toca a reunir! O NOSSO CLUBE MERECE MAIS!”

De lá para cá as coisas não melhoraram:
- A equipa sénior desceu no final da passada época à 3ª Divisão Nacional;
- A equipa júnior, a disputar o Regional da categoria, dificilmente atingirá o Nacional;
- A equipa juvenil ainda não conseguiu nenhuma vitória no Regional que disputa;
- As equipas mais jovens do clube (Benjamins e escolares) disputam os Convívios distritais com razoáveis resultados.
Devido à política de alguns anos o União FE não dispõe de equipas de Infantis e Iniciados.

Quanto à Patinagem Artística não foi levado a cabo, embora estivesse previsto (como podemos consultar na imagem mais a baixo), o habitual Festival de Patinagem que normalmente era levado a efeito e que trazia ao clube prestígio e alguns euros tão necessários neste tempo de crise.

A nível directivo registaram-se também a saída de alguns elementos, e o único projecto desta direcção, a remodelação dos balneários, continua envolta em mistério.

Na minha opinião esta obra, apesar de necessária, teria de ser bem estruturada e a forma como foi conduzida deveria de ter sido explicada aos sócios. E esta não é apenas a minha opinião, como podemos ler num artigo de opinião, apresentado neste blog em Agosto deste ano, (que pode ler na integra aqui aqui), em que Francisco Gavancho, sócio do clube, perguntava o seguinte: “O pavilhão está a ser melhorado a nível de balneários, o que só por si é uma óptima noticia, mas a que preço? Serão verdade os rumores que correm em que o preço poderá ser elevadíssimo, ou por em risco aquilo que foi construído com tanto sangue, suor e lágrimas por uma série de verdadeiros Unionistas, alguns dos quais como referi anteriormente que partiram este ano?” Estas e outras perguntas estão ainda por responder. É caso para dizer, e citando novamente o Francisco: “pois as sucessivas recusas em dar explicações, começa a dar razão a quem vai comentando a situação do clube, e são muitas.

A inauguração da referida obra foi um acontecimento mais para a fotografia do que para os sócios do clube.

Quanto à actual época desportiva penso que não valerá a pena falar mais, pois todos sabem o que aconteceu faltando apenas explicar o porquê de ter acontecido. Ainda em relação à direcção do clube estava prevista a realização de uma Gala de comemoração dos 80 anos do clube (como é visível na imagem em baixo) não havendo motivo aparente para a sua não realização.

Em relação às finanças do clube, no inicio da época e por altura das obras de remodelação do pavilhão, foram retirados os placares publicitários do pavilhão e até hoje não foram repostos e segundo sei alguns dos anunciantes já renunciaram aos acordos que tinham com o clube. Como é normal estes factos desprestigiam o clube e perdem-se receitas, que são o ganha pão de qualquer clube.

E para compreender melhor o que vai na alma de muitos Unionistas basta ler aqui as palavras de Luís Brízida transcritas no nosso blog.

Por tudo isto que expôs é urgente um toque a reunir de todos os que gostam do clube para que se discuta qual o futuro do clube e como o mesmo deve de ser preparado. Deveria de partir da direcção essa iniciativa, mas se tal não acontecer, devem de ser os sócios a reflectir e tomarem posição na vida do clube.

Não queria terminar este texto sem referir alguns daqueles Unionistas que partiram durante o ano que se apressa a acabar, como são os casos de António Camarinhas (ex-jogador e dirigente), Jorge Barral (ex-dirigente), Francisco Raimundo (escritor do historial do União FE) ou Diogo Malato (ex-Massagista e Dirigente). A todos eles a minha homenagem por terem deixado gravado o seu nome na história do União FE. Que descansem em Paz!!

Imagens: "O Entroncameto" de 30 de Dezembro de 2009 e Site do União FE
Edição: UFE Fans

Este texto encontra-se aberto a comentários.

1 comentário:

Francisco Gavancho disse...

Boa noite

Em primeiro lugar quero desejar a todos os UNIONISTAS um ano de 2010, cheio de paz, saúde e alegria.
Segundo subscrevo na totalidade o excelente post que o Ricardo Barral teve coragem de colocar, e repito coragem, pois a esta hora já deve ter sido imensamente criticado, por todos aqueles que a pouco e pouco tem afundado o nosso UNIÃO (alguns deles afirmando-se grandes Unionistas).
Por fim quero e perante este paragrafo dizer o seguinte:
«Não queria terminar este texto sem referir alguns daqueles Unionistas que partiram durante o ano que se apressa a acabar, como são os casos de António Camarinhas (ex-jogador e dirigente), Jorge Barral (ex-dirigente), Francisco Raimundo (escritor do historial do União FE) ou Diogo Malato (ex-Massagista e Dirigente). A todos eles a minha homenagem por terem deixado gravado o seu nome na história do União FE. Que descansem em Paz!!»
Espero que descansem em PAZ para todo o sempre e que o facto de terem deixado o vosso nome gravado na história do clube, não tenha sido em vão, e que passados tantos anos, não venha alguém destruir tudo aquilo que vocês com tanto denodo e dedicação construíram.